sexta-feira, 29 de maio de 2009

História de Uma Paleta Limitada


Nos tempos idos em que conheci o Marcos, perambulando pela UFES, me deparei com algo que nunca tinha visto antes: O Centro de Artes. Também conhecido pela alcunha de CEMUNI. Mas me adianto um pouco.

Do início:

Naquelas tardes, era possível passar horas jogando papo fora em volta da mesinha de sinuca torta e porca do CCJE, onde cursava Publicidade. Mas estranhei aquela tarde em particular, onde não se via a alma viva dos companheiros de sala. Talvez estivessem fazendo uma prova da qual nem havia sido informado. E, se havia, esqueci-me. De qualquer modo, diferença não fez.

Sozinho, não havia graça em sinucar. Paguei meu café com leite e fui-me embora pelo campus. Nada interessante no cinema, resolvi me aventurar pelo já citado Centro de Artes.

Pessoas ainda mais estranhas que as do curso de publicidade habitavam as redondezas do local. Entre pseudo ripongas obesas de cabelos desgrenhados até espécimes mais modernosas de futuros artistas vendedores de Avon, estranhamente me sentia bem-vindo naquele ambiente. As paredes cobertas por cartazes de exposições e oficinas há muito fracassadas, as pixações com símbolos anarquistas envelhecidos pelo tempo... um lugar onde o universo parecia sorrir através de pessoas feias e sem objetivos. Enfim, a place to call home.

Por entre a porta de uma sala semi-aberta, observei um professor explicando sobre a teoria das cores. Sobre o contraste, sobre o calor da interação entre amarelos e vermelhos. Foram apenas dois minutos, mas pela primeira vez cogitei ter tomado o rumo errado, ao optar pela publicidade. Pensei em pedir transferência para qual fosse o curso onde aquela aula tomava parte. O vermelho e o amarelo. O fascínio das cores. Um novo mundo se abria para mim!

Dirigi-me à secretaria do local, pedir informações sobre transferência de cursos e etc. Perguntei à gentil secretária onde ficava a mesa de sinuca do Centro de Artes. Não havia, ela disse. Frente à negativa, peguei o busão para casa. Estava desiludido. E também impressionado com o fato de haver locais numa universidade onde pessoas eram felizes em sua ignorância. Onde estudantes passavam pela vida sem o bilhar nosso de cada dia.

No dia seguinte, voltei ao curso de publicidade. O concluí, certo que estava na direção certa agora.

Hoje, tenho a percepção de que o curso era uma merda mesmo. Mas carrego comigo as lembranças das tardes de sinuca com os amigos. Da UFES, pouco se salvou. Além das tardes ociosas e malandras, trago também com carinho a lembrança daquele curso sobre Teoria das Cores que cursei de forma tão breve e clandestina.

Dois minutos entre amarelos e vermelhos.

domingo, 24 de maio de 2009

Capitu na Ilha da Fantasia



Se eu tivesse que escolher uma impressão, só uma, do festival de anime que rolou por aqui no último sábado, eu ficaria com o cheiro ambiente. Não, não falo do aroma de yakissoba. Nem de flores, ou incenso, ou chá, ou peixe fresco, ou qualquer coisa relativa à cultura japonesa. O que dominava a quadra da Apae, onde o evento acontecia, era o cheiro de suor.

Eu, que não entendo nada de anime, recebi a primeira lição sobre o tema em menos de cinco minutos depois de entrar no recinto: aquelas fantasias são quentes pra caramba, e se a garotada não estiver com um bom desodorante o ambiente não fica muito agradável.

O estranhamento com o cheiro passou logo, mas demorei a me acostumar com o desfile de seres fantasiados. Parecia um encontro entre membros da KKK com destaques de escola de samba. Com bloco e papel na mão, fui em busca de seres para entrevistar. Tentei começar com moleque vestido de Pikachu, mas ele não quis saber de conversa. Vai ver ele tem superpoderes e previu que eu iria perguntar se ele prefere pica ou Chu. Até agora estou querendo saber por que um moleque de 15 anos inventa de se vestir de Pikachu. No meu tempo era Superman, Homem Aranha, Capitão América.

Circulei pelo salão em busca de outra fonte. Vi um sujeito meio gordinho e de topete. O traje, branco, com mangas compridas e penduricalhos, entregou de cara. Era um legítimo Elvis. Perguntei ao mancebo por que estava vestido de Elvis se o evento homenageava o Jiraia. O Elvis faz uma cara de quem não gostou, disse que não era Elvis, e sim Kaname Kuran, virou as costas e foi embora.

Logo depois o Fábio, que atuava como fotógrafo, sugeriu que eu entrevistasse uma moça vestida de Tempestade. Claro que foi uma sugestão com terceiras intenções, já que a mutante era bem feita de corpo. Com umas baitas coxas, não faria feio como passista de escola de samba. As botas de salto alto, então, deixaram a criatura com mais de um metro e oitenta.

Enquanto conversava com a mutante, lembrei de um lance que o Fábio havia falado. Segundo o co-editor da Capitu, nesses eventos de anime alguns rapazes mais empolgados se vestem como suas heroínas favoritas, da mesma que algumas meninas se vestem de Naruto ou Incrível Hulk. Aquele tamanho, a peruca e as lentes de contato azul me fizeram perguntar: será que a Tempestade é Wolverine? A voz era de mulher, os gestos e o volume frontal idem, mas a dúvida, machadiana, persiste. Por precaução, não me empolguei nos cumprimentos nem peguei o telefone dela.

Circulei mais um pouco e vi uma porta onde se lia “sala da dança”. Abri a porta e um vapor quente lambeu meu rosto. Era uma sala escura, com um ventilador de teto e umas adolescentes dançando alguma música que não identifiquei. O ambiente estava abafado, mas tão abafado que não consegui dar um passo adiante. Parecia um forró daqueles bem arretados, em barraco com teto de zinco sob sol de meio-dia. No way, meia volta volver.

Fica uma dica para os organizadores do evento. Que tal captar patrocínio com a Rexona? Pelo que senti, esses fãs de anime são clientes potenciais.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Bombamos

A mesa-redonda de lançamento da Capitu foi um sucesso! Com público suficiente para lotar duas Kombis, o evento discutiu as aventuras e desventuras da produção independente de quadrinhos no Espírito Santo.

Os presentes, a maioria deles estudantes de Artes e de Desenho Industrial da Ufes, demonstraram interesse e não economizaram nas perguntas. Depois, se comportaram direitinho na fila do autógrafo e diante da atração mais esperada da tarde: o garrafão de vinho tinto, de safra desconhecida e que harmoniza com qualquer quitute de quinta categoria.

A sessão de autógrafos mostrou o total despreparo do Sacramento de Oliveira com a fama. Testemunhas disseram que ele ficou mais de 20 minutos pensando no que escrever na capa de umas das revistas vendidas. Já o FAT, mais acostumado com a fama, autografava com uma mão e recebia o dindim com a outra.

Para surpresa de todos e felicidade geral da nação, os dois rapazes por trás da Capitu, célebres pela inabilidade no trato com as pessoas, não se inibiram diante da platéia acadêmica.

A mesa-redonda teve música também. O conceituado instrumentista Kaneta tocou shamisen, um instrumento japonês que provavelmente foi inventado na China. Ele tocou para substituir a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, que teve problemas durante o desembarque no aeroporto. Fontes da Capitu no samba carioca disseram que o tapa-sexo de umas das passistas ficou preso na alfândega.

Não podemos esquecer de agradecer ao professo Cléber Carminati, da UFES, pela mediação e por ter nos emprestado espaço.




domingo, 10 de maio de 2009

Mesa Redonda na UFES - CAPITU na fita


Próxima sexta-feira, amigos leitores! Venham participar da mesa redonda na Ufes, que apresentará as soluções para todos os seus dilemas.

Os editores da Capitu vão dar um plá sobre o trabalho de criação e edição da nossa pifaturona publicação. O pessoal do Almanaque Gótico também estará presente e, ao final, teremos música e vinho. Será o lançamento oficial da Capitu, e contamos com a presença de vocês para se embebedarem conosco, ao som maestral de Kaneta e seu Shamisen!

Maiores infos, só clicar na imagem que ela aumenta.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

CAPITU ganhando o mundo! #3


Dessa vez foi o site da Semana de Quadrinhos da UFRJ que divulgou a nossa queridíssima Capitu. Clica , clica.

sexta-feira, 1 de maio de 2009


Bomba, bomba, bomba! A Capitu acabou de fechar um contrato com Stefhany, a maior estrela do technobrega nordestino. As curvas da mocinha do cross serão mostradas em detalhes na próxima edição da revista. Enquanto esse dia não vem, aproveitem para curtir este clipe da mocinha.